As 10 melhores técnicas de estudo, segundo a ciência.

Aprender Arata! Por que é que muitas vezes você passa várias horas estudando para uma prova… e no final tira uma nota menor do que outra pessoa que estudou menos tempo, porém foi melhor? Todo mundo que já se preparou para uma prova sabe bem que estudar é uma coisa, aprender é outra.

Ficar horas vendo aulas ou lendo livros não é garantia que você vai aprender algum assunto. Para realmente aprender, você precisa praticar o estudo ativo. Estudo ativo.

Existem muitas definições para estudo ativo, mas eu gosto de uma bem simples que foi dada pelo professor Pierluigi Piazzi: estudo ativo é quando você estuda mexendo as mãos.

Para realmente aprender um assunto, você precisa fazer anotações, grifar textos, criar mapas mentais, resolver exercícios. Você precisa ativamente participar do estudo, e não ficar apenas lendo textos ou vendo aulas passivamente.

Porém, mesmo entre as formas de estudo ativo, existem algumas que são muito mais eficientes do que outras. Um estudo da revista Psychological Science in the Public Interest avaliou várias técnicas e listou as dez melhores formas de estudo, segundo critérios científicos.

As técnicas foram classificadas como de efetividade baixa, moderada ou alta. Vamos conhecer cada uma delas, partindo das mais básicas até as mais efetivas.

As técnicas de efetividade baixa são: grifar textos, reler textos, mnemônicos, visualização e resumos.

Técnicas de efetividade moderada são a interrogação elaborativa, autoexplicação, e o estudo intercalado.

E as técnicas de efetividade alta são o teste prático e a prática distribuída.

No episódio de hoje da série Aprender Arata, você vai entender cada uma das técnicas. Vou te mostrar os cuidados para você não cometer erros no uso das técnicas… e exatamente o que você deve fazer para aproveitar ao máximo cada uma dessas técnicas.

1. Grifar textos

Grifar partes do texto enquanto você está lendo é uma técnica de estudo bem popular. Quase todo mundo sublinha textos com caneta colorida enquanto estuda, e existe uma razão para isso. É que essa é uma técnica muito fácil, que exige muito pouco de você.

Por isso mesmo, ela é uma técnica de estudo com efetividade baixa. 

Ao destacar textos, seu cérebro não está organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma utilidade quando combinada com outras técnicas ou quando você já está cansado.

Aliás, você vai perceber uma regra nessa lista. Quanto menos esforço a técnica exigir de você, menos eficiente a técnica será para o seu aprendizado.

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2. Reler textos

Reler um texto que você já leu antes não é muito eficaz para você aprender conteúdos. O ideal seria você ler apenas uma vez e criar algum resumo ou mapa mental, para depois só ter que reler o que já estruturou com as suas próprias palavras.

Mas existe uma exceção: a releitura massiva, imediatamente após ler o texto. Releitura massiva é a releitura logo após a leitura, múltiplas vezes seguidas. Por exemplo, digamos que você precisa quase que decorar um texto inteiro para alcançar o seu objetivo. Nesse caso específico, a releitura massiva de um mesmo texto é uma técnica efetiva para esse propósito bem específico.

3. Mnemônicos

A palavra mnemônico significa algo relativo à memória, algo que serve para facilitar a memorização.

Siglas, frases divertidas, rimas e vários outros instrumentos podem ser usados como mnemônicos. Se você conhece algum mnemônico interessante, compartilhe conosco nos comentários!

Apesar dos mnemônicos serem divertidos, eles possuem utilidade baixa de acordo com o estudo científico que estou compartilhando com você aqui.

Mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar.

Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então, você deve usar mais em casos específicos e pouco tempo antes da prova.

4. Visualização

Os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação a memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica de visualização não foi efetiva.

A transformação das imagens mentais em desenhos no papel também não serviu para aumentar a aprendizagem. Quando a imagem estava desenhada no papel, isso fazia com que os estudantes não precisassem mais imaginar como seria a figura. Ou seja, desenhar acaba limitando a imaginação dos estudantes.

Isso não invalida o uso de mapas mentais para estudos, já que os mapas não são apenas desenhos, mas sim a conexão de ideias e conceitos.

De qualquer maneira, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para exames que exijam conhecimentos vindos de textos. E antes que apareça alguma pessoa eufórica reclamando que costuma fazer visualização e desenhos e tem bons resultados, devemos sempre lembrar do custo de oportunidade. O tempo que é gasto realizando uma técnica de baixa eficácia pode ser melhor aproveitado com outras técnicas que trazem resultados ainda maiores.

5. Resumos

Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem.

O estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não tanto para provas objetivas.

Ainda assim, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. Fazer resumos, fichamentos e anotações comprimidas de palavras-chaves pode ser uma estratégia efetiva para estudantes que já são experientes em sintetizar conhecimentos.

Muito bem. Então até aqui você viu técnicas de estudo muito populares e fáceis de fazer. Grifar, reler, mnemônicos, visualizar e fazer resumos não são as técnicas mais eficientes de estudos, quando nós comparamos com as próximas técnicas de estudo que vamos aprender agora. As técnicas que vamos ver agora foram classificadas como de utilidade moderada: interrogação elaborativa, autoexplicação e estudo intercalado. 

6. Interrogação elaborativa

A técnica de interrogação elaborativa é aquela em que você tem que criar explicações para as informações que você está estudando.

Por exemplo, vamos supor que você está estudando nutrição e o texto diz que proteínas são essenciais para construir massa muscular. Em vez de simplesmente grifar, resumir ou decorar essa informação, você precisa se perguntar: por quê?

Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois você tem que compreender as causas de determinada informação, investigando suas origens. Isso pode estar no material que você está estudando, mas também pode exigir que você faça uma pesquisa extra em outros materiais.

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7. Autoexplicação

A autoexplicação é uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, você tem que explicar o conteúdo com suas próprias palavras para você mesmo, sem consultar o material de base.

Essa é uma técnica parecida com a famosa Técnica Feynman, um método de estudo que diz para você ensinar o assunto que está estudando de uma forma tão simples que até uma criança entenderia.

De forma resumida, para aplicar a Técnica Feynman você tem que ensinar o assunto para uma criança, real ou imaginária, identificar as falhas na sua explicação e depois simplificar mais ainda.

A autoexplicação é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.

8. Estudo intercalado

Será que é mais efetivo estudar com foco em um único assunto? Ou será melhor ir intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória? Por exemplo, você deve estudar todo o conteúdo de uma disciplina e depois partir para outro material de estudo? Ou é melhor ir alternando?

Os cientistas concluíram que a intercalação têm mais utilidade em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas.

O principal benefício da intercalação não está tanto no aprendizado, mas sim em fazer com que a pessoa consiga ficar mais tempo estudando, já que a alternância de matérias dá uma sensação de descanso ou quebra da monotonia.

Então, caso você sinta que está perdendo a vontade de estudar por ter enjoado do assunto, experimente trocar de livros e assuntos. Se você perceber que isso renova seu ânimo, então a técnica será útil pois aumentará a quantidade de horas de estudo.

Parabéns por ficar até aqui. Lembrando: estas técnicas que a gente acabou de ver são consideradas de utilidade moderada. Interrogação elaborativa, autoexplicação e estudo intercalado.

Agora vamos ver as duas técnicas que foram classificadas como de utilidade alta: o teste prático e a prática distribuída.

9. Teste prático

Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das melhores maneiras de aprendizagem. Realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas de estudo.

Ninguém aprende a nadar lendo um livro sobre como nadar. O teste prático significa colocar seus conhecimentos à prova, seja aplicando algo que aprendeu, seja realizando exercícios.

Se a matéria que você está estudando tiver aplicação prática, teste. Sempre que estudar um novo conteúdo, teste na prática o que você aprendeu.

Se for uma matéria mais teórica, faça exercícios. Sempre depois de estudar teoria, resolva exercícios sobre aquele assunto. Podem ser exercícios do livro, de provas passadas ou até mesmo criados por você em forma de flash cards. O que importa é colocar em prática o que você estudou.

Quando estamos praticando, o cérebro precisa recuperar informações, fazer associações e testar hipóteses. Esse tipo de esforço, de estudo ativo, é o que realmente gera o aprendizado de longo prazo.

10. Prática distribuída

A prática distribuída, também chamada de repetição espaçada, é uma técnica para distribuir o seu estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um só momento. Ou seja, é o contrário de estudar na véspera da prova.

O tempo ótimo de distribuição das sessões de estudo é de dez a vinte por cento do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por um ano, você deve espaçar seu estudo sobre o mesmo assunto pelo menos uma vez ao mês. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia.

Existem aplicativos de estudo que fazem esses cálculos automaticamente para você, inclusive levando em consideração seus índices de acerto em perguntas e respostas, juntando as duas mais eficientes técnicas de estudo: o teste prático e a repetição espaçada. O mais famoso deles é o Anki.

Estudar é uma coisa, aprender é outra. Quanto mais passivo for o seu estudo, menores são as chances de você aprender alguma coisa.

Da próxima vez que você for estudar, deixe um pouco de lado técnicas menos eficientes como grifar, reler e resumir e experimente métodos mais eficientes como a autoexplicação, o teste prático e a repetição espaçada.
Caso você queira conhecer ainda mais técnicas de aprendizagem, assista agora à aula especial sobre como aprender a aprender, acessando o link aqui.