No livro Rich Dad, Poor Dad (Pai Rico, Pai Pobre), Robert Kiyosaki conta qual era a diferença conforme seu Pai Pobre (professor universitário) e o Pai Rico (empresário) alcançavam sucesso na vida.
Quanto mais o empresário alcançava conquistas, ele tinha mais lucro vindo de suas empresas. E usava o dinheiro para contratar gerentes, de modo a trabalhar menos e aproveitar mais a vida com a grana extra.
No caso do professor, quanto mais reconhecimento, havia mais pedidos de alunos serem orientados em pesquisa, aulas para dar, provas para corrigir. O Pai Pobre tinha cada vez menos tempo, e seu salário não aumentava na mesma proporção.
Eu penso nessa história quando lembro de alguns anos atrás quando resolvi prestar concurso público.
Diferente de nobres amigos que tenho, eu não estava dedicado ao concurso pelo desejo de servir a pátria. Ou seguir minha inclinação profissional por um dos empregos públicos.
O que eu queria mesmo era um gordo salário e estabilidade.
Só que usando um pouco do pensamento de Robert Kiyosaki, passei a imaginar quais seriam as consequências do sucesso nessa empreitada: rapidamente eu seria empossado, começaria um trabalho que não traria grande riqueza (pois apesar do salário ser bom, ele não se compara com os lucros infinitos que uma vida de empresário proporciona), e além disso eu ficaria entediado, convivendo com gente que não ajudaria muito no meu crescimento geral.
Desde que a Arata Academy foi criada, em 2007, tive a oportunidade de trabalhar como coach com clientes fantásticos nas mais diversas áreas. Fiz treinamentos em diferentes países pela Europa. Recebi convites para me juntar a grupos fechados de discussão e prática em desenvolvimento pessoal. Leio mais de um livro diferente por semana – e como parte de meu trabalho, pois é uma obrigação estar em constante aprendizado para poder compartilhar com a comunidade.
Ao escrever o livro A Classe Alta: Os truques de marketing e psicologia que aprisionam a classe média… e o que fazer para enriquecer, fiz conferências online com jovens empreendedores localizados em diferentes cidades do Brasil, usando tecnologia que permite conectar a todos independentemente da distância.
Tem sido uma ótima decisão para mim. Para quem está dedicado ao concurso público, não quero que este post seja desencorajador. Ao contrário. Se, após refletir e imaginar um pouco como será seu futuro, já empossado e desenvolvendo as atividades de servidor, vier uma sensação agradável, isso confirmará que os esforços atuais em seu estudo valerão a pena.
Caso, porém, sinta algo parecido com o que eu descrevi, nunca é tarde demais para abandonar o projeto e começar algo novo. Um grande problema é nosso apego ao investimento inicial (seja as horas de estudo, seja os anos de um relacionamento com a pessoa errada, seja alguns minutos que ficamos numa fila).
É difícil fazer a coisa certa. Mas vale a pena.