Oi! Seiiti Arata. Você conhece alguém que é otimista? E consegue também pensar em conhecidos pessimistas? O que cada um deles possui de diferente? Será que o otimista está sempre esperando por vitórias e o pessimista está sempre esperando uma derrota?
Aliás, o que é “derrota”? O que é uma “vitória”? Qual é o comportamento que permite reconhecer um derrotado ou um vitorioso, seja lá o que isso significa? Como você definiria um pensamento pessimista ou otimista?
Todas essas perguntas nos ajudam a entender as diferentes escolhas que podemos realizar. As nossas escolhas revelam como pensamos e que tipo de consequência prática que vamos colher.
A cada momento a sua mente pode interpretar e reinterpretar as mais diferentes situações ao redor. Você inclusive tem a capacidade de imaginar cenários futuros que ainda nem aconteceram.
E diante de qualquer evento (passado, presente e futuro) você tem duas escolhas: ou pode pensar igual um vencedor ou pode pensar como um perdedor. Essa escolha determina o seu grau de otimismo ou pessimismo.
1. Vitória e derrota são relativos
A primeira coisa que precisamos é definir o que é vitória e o que é derrota. As definições nos ajudam a entender e identificar o que é o pensamento vitorioso e o que é o pensamento derrotado.
Se eu digo que João foi demitido e que está com a conta bancária zerada, o que isso significa? Quem acha que João é um derrotado está tirando uma conclusão precipitada, pois apenas com essas informações não temos os detalhes suficientes. Não sabemos qual é o contexto do João e principalmente não sabemos o que é importante para ele.
Se o João se recusou a participar de um trabalho imoral ou fraudulento no trabalho, ao ser demitido, talvez ele se sinta vitorioso em não deixar a pressão dos colegas o influenciar a fazer algo que acha errado.
Se ele está com a conta bancária zerada pois usou as economias para pagar por uma cirurgia para um parente querido, ele pode sentir a vitória de ter conseguido salvar uma vida.
Portanto, para encontrarmos o significado de vitória e derrota, não vamos olhar para a aparência externa. Vamos entender quais são os objetivos e qual é o contexto.
Não deixe o julgamento dos outros definir se você é uma pessoa vitoriosa ou derrotada. Apenas você é quem vai fazer esta avaliação.
Vamos definir o fracasso como a ausência do resultado desejado. Em vez de ficar sofrendo tristeza e um sentimento de impotência, podemos entender que estamos ainda percorrendo o caminho que pode trazer os resultados. Foi por isso que no episódio anterior nós vimos como personalidades como Michael Jordan, Steve Jobs e JK Rowling passaram por momentos de frustração antes de alcançar o sucesso – você pode ver o episódio 75 da série Oi! Seiiti Arata.
2. Cuidado com a racionalização
Agora que você sabe que a vitória e derrota dependem daquilo você deseja alcançar, vem um aviso de cuidado: sua própria mente pode enganar você. Você pode começar a acreditar que não queria alcançar o objetivo.
Você vai aqui se lembrar da fábula da raposa que estava pulando para alcançar uvas e não conseguiu. Para diminuir a frustração, o que a raposa disse? “Ah, eu não queria essas uvas mesmo. Aliás, elas provavelmente devem estar azedas”.
Esse é um mecanismo de proteção do ego para justificarmos para nós mesmos por que não alcançamos o que queremos.
Por exemplo: quando acontece um rompimento amoroso, é comum dar mais ênfase às características negativas do antigo parceiro. Dizem: “Ah, aquela pessoa? Ainda bem que a gente terminou, eu não aguentava mais tal e tal defeito dela”, não é assim?
Caso você tenha interesse no assunto de auto-engano, confira o episódio 32 da série Oi Seiiti Arata.
O Leon Festinger conta a história de um culto que estava prevendo o fim do mundo numa certa data. E quando o mundo não acabou, em vez de perceberem que a profecia deles estava errada, a racionalização entrou em jogo e fez com que eles começassem a acreditar que foi a fé deles que salvou o planeta. Cuidado com a racionalização: ela nos impede de perceber o óbvio.
3. O pensamento pessimista acredita que as coisas darão errado
O futuro ainda não aconteceu. E por causa do medo em se frustrar buscando por um objetivo e fracassando, o pensamento pessimista prefere desenvolver a crença de que o resultado será abaixo do esperado ou então impossível.
Assim, não ficamos frustrados e protegemos nosso ego. Existe porém um problema grave com esta escolha de atitude.
Quando eu penso como um derrotado, eu nem mesmo vou iniciar projetos por já ter uma crença inicial de que não vai dar certo. Ou, mesmo que eu inicie, vou desistir diante do primeiro obstáculo, que vai servir como prova de que a minha crença pessimista estava correta.
Deste modo, o pensamento do derrotado serve apenas para massagear o ego. Mas não é eficiente para me estimular a crescer e encontrar formas de superação.
4. Cuidado com o pensamento otimista
Você pode estar se perguntando então se a melhor maneira é pensar de forma otimista. E acreditar que com certeza tudo vai dar certo no futuro. Essa também não é uma escolha muito prática e nós já falamos sobre isso no episódio 23 da série Oi! Seiiti Arata.
5. Nem otimista, nem pessimista: explorador
Por isso, em vez de pensar “eu vou conseguir com certeza” ou “isso nunca vai dar certo”, existe outra alternativa, que é a da curiosidade exploradora.
Para assumir uma postura de curiosidade exploradora, vamos olhar para os desafios adiante e perguntar “quais são as diferentes estratégias que posso adotar? Qual estratégia tem a maior chance de trazer resultados? E conforme implemento a estratégia, como posso melhorar meus planos conforme vou aprendendo com os resultados? Qual é o preço que estou disposto a pagar?”
O pensamento derrotista parece ser confortável mas ele é uma maneira de se iludir para proteger o ego. Além disso, é uma atitude que não estimula o crescimento e aprendizado.
E como é uma escolha, posso a qualquer momento modificar a maneira de pensar e assumir a curiosidade exploradora e então colher resultados mais próximos daquilo que desejo de verdade.
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