Oi Seiiti Arata. Você conhece o Hulk? Aquele monstrengo verde que vai esmagando as coisas por aí? Quando ele se acalma, ele volta para a sua forma humana, também conhecida como Bruce Banner, um cientista muito inteligente, porém, bem mais fraco que antes.
Bom, o que talvez você não saiba é que em 1886 um cientista demonstrou a relação entre a atividade mental e a nossa capacidade motora.
Usando um dinamômetro, que é um aparelho capaz de medir a força aplicada sobre ele, o cientista fez experimentos mostrando que a quantidade de força aplicada por uma pessoa é diferente se ela faz mais ou menos esforço intelectual.
Como assim? Quem fazia cálculos complicados ou lia textos difíceis enquanto utilizava o aparelho, registrava uma força física menor do que quando fazia contas e leituras mais simples.
Experimente esgotar seus recursos mentais
Na verdade, você pode experimentar esse experimento agora: procure aqui no YouTube por algum vídeo tutorial de dança ou de artes marciais, escolhendo uma modalidade ou estilo de dança e movimentos que você não domina ou sequer tem habilidades.
Enquanto você vai assistindo o vídeo copiando os movimentos, experimente fazer alguma atividade mental simples, como contar quantas consoantes existem nas palavras paralelepípedo ou inconstitucional.
Mas afinal, o que isso significa? A ideia por trás desse experimento é demonstrar que temos diferentes recursos mentais pra utilizar, e dependendo do que estamos fazendo, os nossos recursos podem ser consumidos mais rápido.
Agora vamos pensar em algo um pouco mais prático, pense no seu trabalho ou no seu ambiente de estudo. Quantas coisas ao mesmo tempo que você precisa fazer? Quantas coisas da sua rotina de trabalho estão consumindo o seu potencial e prejudicando a qualidade do seu rendimento?
Da mesma maneira que no experimento, onde as pessoas perderam 50% de sua força física ao realizar a atividade mental ao mesmo tempo, é bastante provável que você se tornou uma pessoa menos coordenada enquanto pensava em contar consoantes.
E aqui vai uma dica meio óbvia: se você tenta estudar enquanto pensa nas notificações que estão apitando nas suas redes sociais ou, se você trabalha e fica pensando nos emails que tem de enviar ainda hoje, sua capacidade mental também vai diminuir.
Eu separei duas dicas que vão te ajudar a aumentar o seu rendimento.
1. Saber priorizar
Uma das coisas mais importantes pra você ter um bom rendimento no seu dia-a-dia é saber priorizar, saber qual é a importância de uma determinada demanda sobre a outra.
Se você vive cheio de tarefas simultâneas, é preciso fazer uma coisa de cada vez. Escolha aquilo que deve ser primeiro e faça. Só depois de finalizar que você se sentirá mais à vontade para ir para a próxima atividade.
Entretanto, é importante ressaltar que o ato de priorizar as coisas e classificá-las em mais ou menos importantes pode ser cansativo, porque você precisa analisar cada uma das atividades, seu grau de importância, quais as consequências de fazer uma ou outra primeiro. Talvez, pode ser importante que você se comunique com as pessoas ao seu redor para que elas entendam o seu foco naquele momento. Caso você tenha dificuldades em priorizar as suas atividades, eu recomendo que você faça o nosso curso FOCO.
O curso FOCO é prático e objetivo. Ele vai direto ao ponto e não faz você perder tempo com enrolação. Como ele tem aproximadamente duas horas de duração, você consegue concluir ele hoje mesmo.
2. Entrar no Piloto Automático
A segunda dica que vou te passar exige um pouco de treinamento da sua parte. Você precisa fortalecer as suas habilidades até que uma determinada atividade se torne uma rotina automática na sua vida.
Você lembra que eu te falei para procurar por uma dança ou arte marcial que você não domina? O motivo de ter feito esse pedido é porque quando você pratica várias vezes uma mesma atividade, como é o caso da dança, por exemplo, você começa a incorporar todos os movimentos em um nível de competência inconsciente.
Ou seja, você pode efetuar os movimentos com maestria e perfeição sem precisar de um grande esforço cognitivo.
Um exemplo muito claro disso em nossas vidas é quando a gente aprende a dirigir. Nos primeiros dias, tudo requer uma enorme quantidade de esforço mental: você precisa se lembrar de colocar o cinto, ajustar os retrovisores, apertar os pedais suavemente, trocar de marchas na hora certa, manobrar o carro de uma maneira segura, observar o movimento dos outros veículos ao seu redor, enfim. Muitas coisas.
E depois de alguns anos de prática, você está dirigindo praticamente no piloto automático, não é? De vez em quando, e com certa segurança, você até consegue ter uma conversa com o passageiro ao seu lado. Isso era impossível nos primeiros dias, lembra?
Então, pensando nessa natureza de recorrência e repetição, quais são as atividades que você poderia dedicar uma prática deliberada para se tornar cada vez melhor? São nessas habilidades que você consegue adquirir uma competência inconsciente e que vai te permitir completar as tarefas sem muito esforço, e, ao mesmo tempo, te permitir fazer outras atividades sem uma queda de rendimento significativa. Aqui nesse vídeo eu falo um pouco mais sobre a prática deliberada.
Aos poucos, conforme você vai trabalhando e estudando, desenvolva um olhar crítico sobre o seu rendimento. Você está atingindo os resultados esperados? Você tem cometido muitos erros? Você está demorando muito tempo nessa atividade? Essas perguntas podem te ajudar a perceber a qualidade do que você está fazendo. Pode ser que você precise aprender a priorizar melhor as suas tarefas, pode ser que você precise praticar um pouco mais essa habilidade, ou, muito provavelmente, você pode estar precisando se organizar melhor. Eu escrevi um minilivro sobre esse tema, você pode baixar gratuitamente agora, é só entrar no link aqui.