Este desenho pode te matar

Oi! Seiiti Arata. Veja este desenho por um segundo. Agora por favor pegue uma caneta e um pedaço pequeno de papel. Pronto?

Ok. Agora imagine a seguinte situação: este desenho que você viu é uma maldição que causa uma morte súbita exatamente um mês depois de olhar o desenho. Porém, essa maldição somente afeta uma pequena parcela da população e por isso a chance de você morrer por ter visto este desenho é de um por cento. 

Continuando o nosso exercício de imaginação, imagine agora que exista uma poção  mágica que serve para tirar a maldição. E eu só tenho uma dose deste antídoto, que será disponibilizado apenas para a pessoa que oferecer o máximo valor em dinheiro nos comentários. Então a pergunta é: qual é o valor máximo que você estaria disposto a pagar pra receber a cura? (Se você estiver sem dinheiro, imagine que você possa assinar uma nota promissória e pegar dinheiro emprestado sem juros e você vai pagando tirando do seu salário pelos vários anos adiante, ou seja, dinheiro não é problema. A pergunta não é quanto você tem hoje disponível pra pagar pela cura. A pergunta é quanto você estaria disposto a pagar).

Anote por favor a resposta de quanto você pagaria no cenário 1.

Pronto? Agora imagine o cenário 2, que é bem parecido, com algumas diferenças. Esqueça o cenário 1.

Imagine que eu te conte que eu tenho um desenho oculto, que você ainda não viu. E é um desenho que tem uma maldição que também tem a mesma chance de 1% de te matar. A pergunta que você precisa responder agora é:

Qual é a quantidade mínima de dinheiro que você cobraria para ver o desenho? Quanto você exigiria pra ser um voluntário e se expor ao risco?

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Anote a resposta e agora se você quiser, vamos fazer algo bastante interessante, que servirá como um experimento aqui no youtube. Por favor use os comentários e diga pra gente qual foi a sua resposta para a pergunta no cenário 1 e no cenário 2. Não leia a resposta dos outros por enquanto pra você não ser influenciado pela opinião dos outros. Escreva a resposta que você anotou no seu papel.

Pronto? Primeiramente você pode respirar com tranquilidade porque este desenho não tem maldição nenhuma, foi só um exercício de imaginação para entendermos algo muito interessante que tem sido estudado pela economia comportamental.

Pelo raciocínio puramente lógico ou econômico, a resposta para os dois cenários deveria ser praticamente a mesma. 

No primeiro cenário, você respondeu o preço que você está disposto a pagar para remover 1% de risco. E no segundo cenário é o preço que você cobra para se expor a 1% de risco.

Estamos aqui perguntando qual é o preço que você atribui para uma fatalidade com risco de 1%

Entretanto, por causa do que nós sabemos hoje pelas teorias de economia comportamental as pessoas não tem muita motivação para remover um risco já existente (cenário 1) mas elas estão dispostas a abrir mão de grandes ganhos para evitar se expor a riscos (cenário 2).

Isso é o que chamamos de [aversão à perda]. 

Talvez você já tenha ouvido que a dor de perder é mais intensa do que o prazer no ganho.

E o que isso significa na sua vida?

Quais decisões você evitou tomar neste ano por existir uma chance (ainda que pequena) de as coisas darem errado e você se arrepender?

Será que você não está deixando de colher grandes ganhos adiante? Por causa da aversão à perda, talvez você prefira continuar com a vida do jeito que está por não tolerar a pequena chance de sentir a dor do fracasso. 

Quantos problemas desagradáveis já existem na sua vida e você não se mobilizou para resolver?

Onde é que você está acomodado? Onde você não está disposto a investir para poder melhorar?

É claro que nós queremos evitar riscos, principalmente os riscos fatais. Mas o que nós queremos é evitar riscos de uma maneira inteligente. E no caso do vídeo de hoje nós vemos que não parece muito coerente atribuir valores que tem uma grandiosidade muito diferente para salvar a vida de um risco já existente ou cobrar para se expor a um risco proporcionalmente idêntico.

Tem pessoas que dizem que pagariam no máximo dois mil para o antídoto e não aceitariam se expor ao risco nem por um milhão. Esse é um clássico problema de irracionalidade motivado por forças psicológicas.

E, lembrando, no exercício nós dissemos que dinheiro não é problema porque demos a possibilidade de pegar dinheiro emprestado sem juros com bastante tempo pra poder pagar de volta. 

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Em 1906, Vilfredo Pareto disse que a base de todas as ciências sociais é a psicologia. E um dia nós todos perceberemos que é possível deduzir as leis das ciências sociais a partir da psicologia.

Por isso que eu recomendo sempre qualquer pessoa que tem interesse em melhorar a situação financeira que comece estudando psicologia e a maneira como nós tomamos decisões. É isso o que nós fazemos no nosso curso de enriquecimento financeiro e vou deixar o link para você conhecer mais.