9 simples passos para sair das dívidas

Vamos ver como sair das dívidas de maneira inteligente em apenas nove passos.

Passo 1: Adapte o seu orçamento para sair das dívidas

Para sair das dívidas, devemos primeiramente fazer o planejamento financeiro. E esse planejamento deve começar pelo seu orçamento doméstico.

Você precisa agir de forma estratégica para sair das dívidas e conquistar independência financeira. (143) - Seiiti Arata, Arata Academy

Por exemplo, digamos que o seu orçamento seja de cinquenta por cento da sua renda para necessidades básicas e mais dez por cento para cada uma das seguintes áreas: educação, diversão, doação, investimentos e despesas de longo prazo.

Esse seria um bom orçamento se você não tivesse dívidas. Mas enquanto você estiver endividado, a distribuição do seu orçamento deve ser alterada para que você pague suas dívidas da forma mais rápida possível. 

Primeiro, veja o que é que você não pode reduzir sem prejudicar muito sua qualidade de vida. Por exemplo, você pode manter os cinquenta por cento para necessidades básicas. Pode manter os dez por cento para educação se o valor já foi comprometido em cursos que não podem ser interrompidos, como faculdade ou escola dos filhos.

Mas todo os quarenta por cento restantes no nosso exemplo devem ser usados para o pagamento das dívidas. Infelizmente, é isso. Se você está com dívidas, não faz muito sentido gastar dinheiro com diversão, doação, investimento ou despesas de longo prazo.

Isso não significa que você não deve se divertir ou contribuir com sua comunidade. Você apenas vai ter que ser criativo para encontrar formas de se divertir e de colaborar sem gastar dinheiro. 

Não faz nem mesmo muito sentido continuar investindo dez por cento ao mês, já que quase nunca os juros das aplicações financeiras são maiores que os juros das dívidas.

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Guardar dinheiro enquanto se tem uma dívida cara é um erro

Um dos principais erros que muita gente comete é manter o hábito de guardar dinheiro no banco enquanto se tem uma dívida.

É comum ver pessoas mantendo algum dinheiro em aplicações de baixo risco e baixo retorno, ao mesmo tempo em que ficam com dívidas no cartão de crédito, que tem juros altos.

Não faz sentido ficar pagando dívidas de altos juros, sendo que existe dinheiro disponível para quitar. Pior ainda é quando este dinheiro rende pouco. Mas por que é que as pessoas se comportam dessa forma irracional? É por causa do baixíssimo nível de educação financeira.


Como sair das dívidas interrompendo a bola de neve

Conforme uma bola de neve vai rolando abaixo pela montanha, ela aumenta de tamanho e se torna incontrolável. Se você não tomar cuidado, o mesmo pode acontecer com suas dívidas, por causa dos juros.

Por isso, a primeira coisa que vamos fazer é interromper o crescimento da bola de neve. 

Quando existe dívida, é essencial levar a sério o lema de gastar menos do que ganha. A diferença será usada para fazer a dívida parar de crescer.

Faça uma análise pessoal. Será que você é uma pessoa que tem o preparo financeiro para usar cartão de crédito? Se você não sabe se controlar, talvez faça sentido cancelar o seu cartão de crédito. 

Para algumas pessoas, pode fazer até mais sentido usar cédulas e separar em envelopes o dinheiro necessário para gastar com moradia, transporte, alimentação e outras despesas previsíveis.

Tudo o que não for necessidade essencial deve ser usado para pagar as suas dívidas.


Para se livrar das dívidas, pague os seus débitos em ordem estratégica, sempre começando pelos que têm juros mais altos. (143) - Seiiti Arata, Arata Academy

Passo 2: Liste todas as suas dívidas

O segundo passo da estratégia de como sair das dívidas é bem simples. 

Você deve listar em uma planilha todas as dívidas que você tem, detalhando quatro coisas:

  1. Como surgiu a dívida
  2. Quem é o credor
  3. Quais os juros mensais dessa dívida
  4. Se a possibilidade de negociação da dívida é baixa, média ou alta

Essas informações vão ser muito importantes para o passo três, que é para montar a sua estratégia, definindo a ordem de quais serão as dívidas a serem quitadas primeiro. 

Passo 3: Ordene suas dívidas da mais cara para a mais barata

O terceiro passo é colocar suas dívidas em ordem, da mais cara para a mais barata. Quer dizer, priorizar o pagamento das dívidas que têm maiores juros mensais.

Preste atenção que não estamos falando aqui do valor total da dívida e sim da taxa de juros mensais. 

Ou seja, para saber qual é a sua dívida mais cara, veja qual é a que tem a maior taxa de juros ao mês.

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Passo 4: Negocie juros menores com cada credor

Em seguida, com os documentos de todas as suas dívidas em mãos, entre em contato com cada credor, de cada pessoa ou instituição a quem você deve dinheiro, e tente uma negociação.

Primeiro procure os credores das dívidas mais caras. Depois passe para o próximo, até chegar à dívida com a menor taxa de juros mensais.

Esse é um momento em que você vai precisar reconhecer os seus erros financeiros e tentar negociar as suas dívidas. Explique o seu planejamento para o pagamento, mostre os documentos que você tiver e demonstre o quanto você consegue pagar a cada mês.

Dependendo do caso, muitos credores aceitam abrir mão de parte dos juros, desde que recebam pelo menos o montante do valor principal que gerou a dívida. 

O “não” você já tem. No mínimo, o que você pode conseguir agora é um desconto na sua dívida. E isso vai ajudar bastante.

Depois dessa rodada de negociações, calcule na planilha o valor total de todas as suas dívidas somadas, já com os descontos que você conseguiu negociar.

Passo 5: Atualize o saldo devedor e faça uma média ponderada

O quinto passo é atualizar o seu saldo devedor com os descontos e fazer uma média ponderada das taxas de juros de todas as suas dívidas.

Qualquer programa de planilhas faz automaticamente o cálculo de média ponderada. Ela é importante por levar em consideração o peso de cada dívida em relação ao total que você deve.

Essa informação será essencial para o seu próximo passo: unificar todas as dívidas.

Pague suas dívidas mais caras primeiro. (143) - Seiiti Arata, Arata Academy

Passo 6: Unifique suas dívidas

Com o total que você deve após os descontos, procure um banco para pegar um empréstimo no valor total do seu saldo devedor.

Você deve prestar atenção para que os juros deste empréstimo sejam menores do que a média ponderada dos juros de todas as suas dívidas. O ideal é você pesquisar entre diferentes  bancos para conseguir a menor taxa possível de juros.

Você pode, inclusive, perguntar se o banco não compra suas dívidas diretamente em vez de emprestar o dinheiro para que você pague as dívidas.

Passo 7: Pague as dívidas separadas e fique apenas com a dívida unificada

Com o dinheiro do empréstimo do banco em mãos, pague imediatamente todos os seus credores, quitando todos os seus débitos e ficando agora apenas com a dívida consolidada junto ao banco.

Apesar de você agora ter o mesmo saldo devedor, ou seja, continuar devendo a mesma coisa, agora você terá que se preocupar com apenas um credor, o banco.

Além disso, você trocou um punhado de dívidas esparsas por uma dívida única mais barata, isto é, com juros menores.

Esse é um passo muito importante de ser entendido, pois ele é o núcleo da estratégia que estamos conversando aqui. 

A lógica é: trocar muitas dívidas com vários credores e diferentes juros por uma dívida só com um credor e com juros mais baratos do que a média dos juros das dívidas originais. Entendendo essa lógica, já podemos passar para o oitavo passo.

Para sair das dívidas, troque seus débitos com vários credores por uma dívida unificada com juros mais baratos. (143) - Seiiti Arata, Arata Academy

Passo 8: Negocie o pagamento da dívida unificada

O penúltimo passo da estratégia de como sair das dívidas é, mais uma vez, negociar.

Com a dívida unificada junto ao banco, você pode negociar parcelas menores, que se encaixem no percentual destinado no seu orçamento doméstico. 

Se você recebe um salário fixo todo mês, pode inclusive acertar com o banco para que este valor já seja debitado automaticamente para o pagamento da dívida no mesmo dia em que o seu salário cai na conta.

Eu sei que nesse momento você talvez esteja achando tudo isso muito trabalhoso. Mas compare isso com ficar pagando juros das dívidas indefinidamente, cheio de preocupações, sem liberdade e perdendo tempo com múltiplos credores diferentes.

Quando unificar as dívidas não vale a pena

Existem algumas situações em que unificar as suas dívidas não vale a pena.

Por exemplo, se você só tem um credor e a taxa de juros desse credor único é menor do que a taxa de juros do banco.

Ou quando a taxa de juros que você conseguir junto ao banco for maior do que a média ponderada da taxa dos juros de todas as dívidas espalhadas. 

Nesse caso, você pode unificar só as dívidas que são mais caras, pegar o dinheiro emprestado para pagar essas dívidas mais caras e ficar com o mesmo valor em dívida no banco, mas com os juros menores. Enquanto isso, você mantém como credores separados aqueles que tinham juros menores que os do banco.

Existe ainda outra exceção, que é quando nenhum banco aceita te emprestar dinheiro a juros menores do que você tem com os seus credores atuais.

Em qualquer caso, você precisará negociar tanto com os credores quanto com o seu banco para tentar diminuir os juros.

Se você não conseguir unificar suas dívidas, foque sempre em pagar as dívidas mais caras primeiro. Quando a dívida mais cara for paga, passe para a dívida seguinte e daí em diante.

Preste atenção para pagar as dívidas mais caras, não as mais longas. Por exemplo, o financiamento de um carro pode durar anos, mas pode ter juros menores do que a dívida de um cartão de crédito.

Não comprometa seu plano pagando a dívida mais longa do carro enquanto a dívida mais cara do cartão de crédito está crescendo como uma bola de neve.

Se você não souber fazer esses cálculos, procure ajuda de alguém que sabe, nem que você tenha que pagar por isso. 

Mas procure pessoas em quem você pode realmente confiar. Evite pessoas com conflito de interesse, como agiotas, empresas de empréstimo ou gerentes de banco que possuem produtos do banco para vender. 

O ideal é você contratar um contador independente ou consultor especializado em dívidas. Até um amigo que entenda mais de economia do que você pode te ajudar a sair das dívidas.

Passo 9: Durante todo o processo, faça um esforço para ganhar mais e gastar menos

O último passo, na verdade, deve ser feito durante todo esse processo. 

Por causa dos juros trabalhando contra você, quanto mais rápido você pagar suas dívidas, melhor. Por isso, faça o que puder para ganhar mais dinheiro.

Se for preciso, venda alguns bens que você não usa mais. Hoje em dia você consegue vender pela internet com certa facilidade coisas como roupas usadas, aparelhos eletrônicos e até móveis antigos. 

Outra estratégia é você pegar algum trabalho autônomo para fazer como freelancer fora do seu horário de expediente.

Seja criativo para saber como ganhar mais dinheiro, desde que não seja contraindo novas dívidas, especialmente no cartão de crédito.