A verdade que causa sofrimento

Oi! Seiiti Arata. Existe uma história antiga que conta que um comerciante certa vez voltava de viagem quando foi surpreendido vendo que sua casa tinha sido saqueada e incendiada por bandidos. Tudo o que ele tinha foi roubado e queimado. Mas a única preocupação do comerciante era saber se o filho dele estava bem.

Procurando por todos os lados, ele encontrou um corpo queimado. Imediatamente começou a chorar de forma descontrolada, acreditando que aquele corpo era do filho dele. O comerciante não sabia que, na verdade, o filho estava vivo. O menino havia sido levado como prisioneiro pelos bandidos, que venderiam o garoto como escravo em outra vila.

Sem saber de nada disso, o comerciante mandou terminar de cremar o corpo que encontrou e guardou as cinzas em um saco de veludo. Desde aquele dia, ele passou a carregar o saco de veludo por todos os lugares, dia e noite, sempre pensando no filho que havia perdido.

Alguns meses se passaram até que o menino conseguiu escapar da vila onde vivia como escravo. 

Depois de muita dificuldade, o garoto conseguiu voltar para a cidade onde morava. No meio da madrugada, encontrou a nova casa onde o pai morava e começou a bater na porta, feliz da vida por finalmente poder reencontrar a família.

Acordando assustado com o barulho no meio da madrugada, o pai ainda muito triste e carregando as cinzas no saco de veludo, perguntou quem estava batendo na porta aquela hora da noite. 

E o menino respondeu: sou eu, seu filho!

Nesse momento, o homem ficou furioso. 

Não confunda a verdade com a sua interpretação da realidade. (123) - Seiiti Arata, Arata Academy

– Seu moleque sem respeito! Pare de me atormentar! Meu filho morreu meses atrás! Eu tenho as cinzas dele aqui comigo! Me deixa em paz e vá embora!

O menino insistiu e tentou de todas as maneiras provar que era ele o filho que estava vivo. Mas o pai estava inflexível por acreditar que o verdadeiro filho estava morto. Ele tinha certeza que a criança que estava do outro lado da porta era algum garoto malcriado que queria apenas atormentar. 

Depois de muito tentar, o menino acabou desistindo e foi embora, perdendo o pai para sempre.

Você abraça uma história acreditando ser verdade?

Vamos pensar um pouco nessa história. Vamos questionar um pouco algumas verdades que nós abraçamos com tanta certeza. 

Você já parou para pensar sobre quantas histórias você acaba tomando como verdade absoluta?

O que é que nós estamos deixando de perceber e de viver por causa dessas histórias? Quantas verdades estão implorando para simplesmente abrirmos a porta?

Se você parar para refletir, os critérios que definimos para viver a nossa própria vida nada mais são do que histórias que contamos a nós mesmos. A partir desses critérios, nós julgamos tanto a nossa conduta como o comportamento dos outros.

Essas histórias podem nos ajudar ou nos atrapalhar. Quando as histórias nos fortalecem, ganhamos foco, autoconfiança e motivação para viver a vida de acordo com nossos ideais.

Mas quando as histórias nos atrapalham, muitas vezes ficamos presos a crenças, limitações e sofrimentos completamente desnecessários.

O pior é que a maioria de nós cria muito mais histórias limitantes do que crenças fortalecedoras.

Existe uma forma de você entender como as histórias podem estar te ajudando ou te atrapalhando. Para esse exercício, você vai precisar de um momento sozinho para refletir e escrever.

Em uma folha de papel ou mesmo no computador, escreva quais são as grandes verdades em que você realmente acredita. Escreva as suas verdades para as grandes áreas da sua vida, como família, relacionamentos, saúde, carreira profissional e finanças. Se precisar, faça uma pausa para escrever antes de seguirmos adiante.

Terminou de escrever? Agora leia todas essas verdades com um novo olhar e perceba que elas são apenas histórias que você conta para si mesmo.

Se você é como a maioria das pessoas, provavelmente você carrega dentro de você mesmo muito mais histórias que causam sofrimento do que histórias fortalecedoras. 

Analise mais uma vez o que você escreveu. Quais das suas histórias estão causando sofrimento?

Será que o sofrimento é pelo fato de você não ter algo? Não ter um objetivo, um bem material ou mesmo a aparência que gostaria de ter?

É pelo seu time de futebol ter perdido ou pelo fato de o seu político preferido não estar no poder? 

É por não ter ao seu lado a pessoa que você queria, não ter namorado aquela sua paixão de infância? Por não ter uma certa habilidade, como saber inglês, falar em público ou realizar vendas? 

Em todos esses casos, você firmemente acredita que a falta daquilo que você não possui é motivo de sofrimento.

A melhor forma de encontrar a verdade é viver o momento presente e abrir mão do desejo fora de hora. (123) - Seiiti Arata, Arata Academy

Mas existem outros casos. Você pode sofrer por acreditar que tem algo.

Por ter uma doença crônica? Por ter dívidas, por ter uma pessoa na sua família com quem é difícil conviver, por ter um vizinho barulhento? Por estar viciado em drogas, televisão ou video games?

Nesses casos você firmemente acredita na verdade de que possuir aquilo que você não gostaria de ter é motivo de sofrimento.

Desapegue-se das histórias e encare a verdade como ela é

Um dos melhores caminhos para você reduzir o sofrimento na sua vida é desapegar das histórias e buscar ver a verdade como ela é.

Esse não é um caminho fácil de ser percorrido. Para trilhar esse caminho você precisa aumentar o seu nível de consciência. Precisa perceber que algumas coisas que você toma como verdade na realidade não passam de histórias que você conta para você mesmo. 

Esse apego às histórias que tomamos como verdades acaba fechando as nossas mentes. E fechar a mente nos prejudica se ficamos com mais dificuldade em aprender coisas novas e a melhorar o nosso convívio. Em casos extremos, o apego às histórias e a mente fechada também podem nos levar ao fanatismo e a intolerância.

A melhor maneira de praticar o desapego é abrir mão do desejo inconveniente. Do desejo de querer que as coisas fossem diferentes do que realmente são.

Abra mão das histórias que você conta para você mesmo e encare a verdade como ela é. (123) - Seiiti Arata, Arata Academy

Nossas histórias geralmente têm uma certa base na realidade, mas essa realidade é modificada pela nossa interpretação. Pelo nosso desejo de como gostaríamos que as coisas fossem. 

Para se desapegar dessas histórias, você precisa de sabedoria para identificar quais são os limites entre realidade e interpretação. E quais são as áreas em que você pode se desenvolver ao questionar as antigas “verdades”.

Quando nos apegamos a falsas verdades e ficamos fechados para qualquer questionamento, nos tornamos incapazes de viver a vida como é. De estar no momento presente. De observar a realidade com clareza e objetividade.

Sem saber, podemos deixar de abrir as portas para as coisas que mais valorizamos na vida. Como o comerciante que não abriu as portas para o próprio filho por acreditar na história de que as cinzas que ele tinha no saquinho eram as cinzas do filho.

Isso acontece muito mais do que gostaríamos. Ficamos presos por causa de barreiras que nós mesmos construímos na nossa própria mente. 

É por isso que é muito importante continuarmos desenvolvendo a nossa clareza, permitindo questionamentos e tomadas de decisões com razão e sabedoria. Se não fizermos isso, podemos estar condenados à prisão causada pela falta de questionamento e de curiosidade. 

Desenvolvimento Pessoal Seiiti Arata, Arata Academy

Podemos causar muito sofrimento para nós mesmos e para outras pessoas quando estamos presos em histórias que tomamos como verdades. Quando estamos escravizados pelo desejo inconveniente, sem viver o momento presente. 

A libertação deste sofrimento faz parte da nossa escolha de viver de forma consciente e da nossa opção por estarmos continuamente nos desenvolvendo.

Para você que tem interesse em desenvolvimento pessoal para atingir essa liberdade, eu faço um convite para que você veja uma aula especial sobre como alcançar melhorias em sua vida começando por você mesmo. Acesse para continuarmos a nossa conversa por lá.