As cinco chaves essenciais do mestre – livro Maestria, de George Leonard

A segunda parte do livro Maestria, de George Leonard (link afiliado), fala de cinco chaves essenciais do mestre.

Chave 1 – Instrução

É necessário ter em mente que encontrar um bom instrutor é uma das maneiras de atingir a maestria.

Existem, claro, temas e habilidades que podem ser alcançados através do processo autodidático. Apesar de diversas vantagens, como não ter noção do que é considerado “impossível” (e por isso, quem sabe, conseguir fazer), muitas vezes o autodidata acaba reinventando a roda.

A instrução pode vir de diversos modos, como livros, documentários, programas de computador, colegas e outros. De todos, a figura do professor-mestre, o coach, continua sendo a melhor opção. Esse é um dos motivos de, nos produtos informacionais da Arata Academy, sempre incluirmos materiais interativos em conferências de grupo, entrevistas com grandes mestres e coaching pessoal.

Como encontrar o bom instrutor? Uma dica é analisando a linhagem. Quem foi o instrutor do seu instrutor? Por quais instituições de ensino ele passou? Quais são suas credenciais? Veja também os estudantes do instrutor – eles são a melhor prova de um trabalho bem feito.

Se possível, assista a uma aula teste. O que observar na aula teste?

Veja como o instrutor elogia e reconhece os pontos positivos apresentados pelos estudantes. Veja como ele pune comportamento inadequado. O bom instrutor mantém geralmente uma relação de 50-50% entre apontar o que o estudante faz correto e errado.
Veja também a interação entre os estudantes. Trata-se de um instrutor que apenas se volta aos melhores estudantes? Existem aqueles alunos que ficam o tempo todo apagados? É importante que o instrutor cuide de todos.

Após contar experiências de sua vida como um excelente e um péssimo instrutor nas forças armadas, George Leonard fala sobre a sua experiência com o Aikidô.

A importância dos pequenos detalhes

Para um sócio de Leonard, ensinar Aikido para iniciantes é algo fascinante e prazeroso. O aluno talentoso aprende muito rápido e pode não aproveitar suficientemente os pequenos detalhes iniciais, ignorando os segredos da arte.

Já o estudante lento faz com que o instrutor lide com passos pequenos e focados diretamente na essência da arte.

A experiência de Leonard mostra que os nem sempre os talentosos são os melhores alunos. E, de modo estranho, aqueles que têm talento excepcional encontram muitas dificuldades no caminho da maestria.

A parábola dos cavalos

Leonard então faz uma paráfrase de história do mestre Shunryu Suzuki, no livro Zen Mind, Beginner’s Mind.

Uma analogia é feita sobre estudantes rápidos e lentos e com os cavalos. Existem cavalos excelentes, bons, fracos e ruins.

  • O cavalo excelente é aquele que corre conforme o cavaleiro deseja, sem precisar de chicote.
  • O bom é o que corre um pouco antes do chicote atingir seu couro.
  • O fraco é aquele que corre quando sente a dor no seu couro.
  • E o ruim é aquele que somente corre quando sente a dor chegar até os ossos.

Ao ouvir essa classificação, podemos querer ser o cavalo excelente. Ou, se não for possível, pelo menos ser o cavalo bom. Mas essa é uma ilusão. Ao aprender rápido, não exercitamos a prática do trabalho e esforço.

O melhor cavalo pode ser o pior. E o pior pode ser o melhor, pois ele pode desenvolver a perseverança e aprenderá qualquer coisa pela prática e sentindo a dor até seus ossos. É a versão zen da parábola do coelho e da tartaruga.

Outros modos de instrução

A seguir, Leonard aborda diferentes modos de instrução e suas vantagens e desvantagens. Vídeos, áudios e livros podem ter um processo transformador, porém, caso não haja interatividade e prática, revelam-se limitados.

Equilíbrio

Voltando ao foco de instrução através de professores (e não apenas livros, vídeos ou áudios), Leonard diz que feliz é aquele que encontra o professor qualificado.

No colégio e na universidade, geralmente temos pouca escolha. Mas em um curso, por exemplo, de inglês, é possível mudar de horário e classe, escolhendo o professor ideal.
Caso o professor escolhido não pareça apropriado, uma reflexão deve ser feita. Estaríamos esperando mais do que qualquer professor pode oferecer?

Da mesma maneira como alunos, o professor pode ser indiferente, preguiçoso, excessivamente orientado a resultados, ou mesmo inapto. É necessário estar próximo do professor para que ocorra a “entrega” que faz parte da jornada da maestria (que será abordada adiante). Mas ao mesmo tempo é necessário um distanciamento, caso contrário perde-se a visão crítica do todo e ao invés de alunos, tornamo-nos discípulos.

Esse ponto destacado merece muita ênfase. Em diversas áreas, não apenas de aprendizado, mas sobretudo em projetos de negócio (certos sistemas de marketing de rede sendo um exemplo claro) ou em religião, espiritualidade, exerícios, dietas alimentares ou qualquer processo de aperfeiçoamento pessoal, muitos alunos acabam tornando-se verdadeiros discípulos obsessivos em uma única escola de pensamento.

Por um lado, isto traz progressos excepcionais no início do aprendizado, mas é sempre importante a visão crítica e a comparação com outras filosofias de modo a ter harmonia e segurança quanto à escolha feita.

Este post faz parte de uma série de seis textos resumindo o livro Maestria: as Chaves do Sucesso e da Realização Pessoal, de George Leonard (link afiliado).

01 – Mastery (Maestria) de George Leonard – introdução ao livro
02 – As cinco chaves essenciais do mestre
03 – A importância da prática para a Maestria
04 – A entrega como chave para a Maestria
05 – Visualizar o destino como forma de alcançar a Maestria
06 – Viver no limite como forma de alcançar a Maestria