Quando o noticiário não presta, é melhor eliminar

Nos dois últimos posts, falamos do medo de que roubem nossas idéias e do medo de dizer não. São apenas alguns dos atrasos de vida que dificultam nosso crescimento – a lista completa e exercícios de controle desse medo são parte do livro A Classe Alta: Os truques de marketing e psicologia que aprisionam a classe média… e o que fazer para enriquecer.

A preocupação crônica é quando o medo, que deveria ser ocasional, para nos alertar sobre possíveis riscos de vida, passa a ser a regra geral e  se incorpora em nossa personalidade. Passamos a viver a vida através do prisma do medo e da preocupação.

Uma pessoa assim não consegue convocar as energias necessárias para iniciar um empreendimento ou aplicar seu dinheiro em qualquer coisa que não seja poupança ou CDB ou algo de baixíssimo risco, e mesmo assim continua com medo.

Foi Einstein quem disse que a pergunta mais fundamental é se o universo é um ambiente hostil ou amigável. A partir de diferentes respostas a essa pergunta podemos estabelecer distintas crenças, que vão por sua vez orientar nossas emoções, nossas ações e por consequência o resultado alcançado.

E infelizmente isso nos leva ao próximo ponto, que é o papel de noticiário em nossa vida.
Tim Ferriss, autor do best seller Trabalhe 4 Horas por Semana (link afiliado – só não me peça a explicação do Submarino classificar esse livro na seção “direito do trabalho e previdenciário”…), propõe o que ele denomina de “cultivar a ignorância seletiva”. Num mundo de riqueza de informação, sofremos de escassez de atenção.

O que Tim Ferriss propõe parece ser radical para alguns, mas é algo que eu já havia incorporado em minha vida muitos anos de ler sobre a idéia dessa dieta informacional. É ser absolutamente restrito com certos tipos de informação.

No meu caso, eu não assisto noticiário de televisão faz quase quinze anos. Também não leio revistas genéricas nem leio jornais. Sou completamente alienado, de propósito.
Muitos, ao ouvir algo assim, podem criticar a mim e a Tim Ferriss em sermos cidadãos irresponsáveis, em egoístas, parasitas da sociedade que não se importam com os temas coletivos.

(Outra coisa um tanto incomum que eu faço, igual a Ferriss, é nunca checar as mensagens de caixa postal de meu celular. Para começo de conversa, são raras as pessoas que têm meu número. E a mensagem de minha último telefone era eu dizendo que como eu havia perdido o código para ouvir as mensagens, era para que ninguém deixasse voice mail e tentasse ligar mais tarde. No telefone atual, eu nem mesmo isso fiz. Parece loucura? E se houver alguma emergência? Não houve nenhuma emergência nos últimos cinco anos em que eu nunca retirei qualquer mensagem acumulada).

Para Tim Ferriss, o conceito de lifestyle design pede que esforço seja concentrado em ações (output) e redução de informação (input). Além do que, a maior parte das informações que se encontra em notícias consome tempo, é negativa, irrelevante para alcançar nossos objetivos e fora de nosso campo de influência.

Sem contar que noticiários são produzidos por empresas, cujo objetivo é conseguir audiência para vender propaganda. Esse é o modelo de negócios. Num modelo assim, ganha a empresa que produz matérias mais sensacionalistas e chocantes. Não é por acaso que existem tantas matérias sobre tragédias e crimes, pois esse é o tipo de conteúdo que garante atenção.

Caso você realmente tenha uma dificuldade grande em eliminar noticiário de sua rotina, crie o hábito de puxar conversa com estranhos (taxista, pessoas ao seu lado na fila) perguntando o que é que aconteceu de importante no mundo pois você não teve tempo de ler o noticiário. É uma ótima maneira de puxar conversa, melhorar habilidades sociais e ainda não perder o que é realmente importante.